Renato Freitas tem fala boicotada e famílias de vítimas da PM fazem coro com deputado na Expolondrina

Em jogral, após microfone ser negado ao parlamentar, mães e pais de jovens executados exigiram respostas do governador

Em homenagem a mães e pais de jovens executados por policiais em Londrina, no Norte do Paraná, o deputado estadual Renato Freitas (PT) teve que fazer um jogral (declamação em coro com o público) para ser ouvido na noite desta quinta-feira (10).

A fala do parlamentar que seria no microfone do palco foi boicotada na Assembleia Itinerante, iniciativa em que deputados cumprem expediente em cidades do Interior do Paraná.

Renato aproveitou que o Legislativo faria os trabalhos na ExpoLondrina para homenagear familiares de pessoas que foram executadas em ações policiais na cidade, que é a 2ª do Paraná que registrou, em 2024, o maior número de casos de mortes em supostos confrontos.

Entre os homenageados por Renato estavam Sirlene Santos e Vanessa Pereira, as mães de Kelvin e Wender, jovens assassinados pela PM em fevereiro deste ano.

Durante o jogral, as familiares emocionadas repetiram as palavras de Renato. Em coro, dezenas de pessoas gritavam em frente ao palco esvaziado.

“Aqueles que assassinam covardemente os nossos jovens agem contra Deus e contra a humanidade. Governador Ratinho, exigimos respostas. O sangue de inocentes suja as suas mãos”, entoaram.

Famílias homenageadas:

  • Sirlene Vieira dos Santos, 44 anos, é diarista, moradora da Bratac. Ativista na luta contra a violência policial, após a execução do seu filho, Kelvin de 16 anos. Na data 15/02/25, ela, junto com a Vanessa Pereira, uniu a comunidade ao iniciar o movimento “Justiça por kelvin e Wender”.
  • Vanessa Pereira, 39 anos, é zeladora, moradora da Bratac. Ativista na luta contra a violência policial, após a execução do seu filho, Wender de 20 anos. No dia 15/02/25, junto com a Sirlene Vieira dos Santos, ela uniu a comunidade ao iniciar o movimento “Justiça por Kelvin e Wender”.
  • Valdirene Inácio da Silva, 45 anos, empreendedora. É uma das fundadoras do Movimento de Mães e familiares “Justiça Por Almas”, fundado em maio de 2022. Ela é mãe de Aderbal Junior de 21 anos, executado pela Polícia Militar no dia 06/05/2022. O Movimento “Justiça Por Almas” é reconhecido nacionalmente na luta pelo fim da letalidade policial.
  • Marilene Ferraz da Silva, 50 anos, agente comunitária de saúde. É uma das fundadoras do Movimento de Mães de “Luto em Luta” e hoje integra o Movimento “Justiça Por Almas”. Marilene é mãe de Davi Gregório, 15 anos, executado pela Polícia Militar no dia 15/06/22.
  • João dos Santos, 59 anos, auxiliar de manutenção e serviços gerais, integrante do Movimento “Justiça por Almas”, é pai do João Vitor, executado pela Polícia Militar de Londrina na chacina do Felicidade, 07/02/2024, que vitimou 6 pessoas. João Vitor foi morto no dia do seu aniversário de 28 anos.
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Brunna