PM executa irmãos em bairros diferentes de Telêmaco Borba em operação forjada, diz denúncia

Emerson e Wellington Françoso foram mortos nessa quarta-feira em frente a familiares

Uma denúncia enviada nesta quinta-feira (22) ao deputado estadual Renato Freitas aponta que dois irmãos foram executados pela Polícia Militar, simultaneamente, em bairros diferentes de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do Paraná. A ação teria sido uma retaliação aos rapazes que seriam ex-traficantes, após desavenças pessoais com policiais. 

Nessa quarta-feira (21), por volta das 6 horas, Welington Françoso, de 29 anos, e Emerson Françoso, de 31, foram mortos em uma operação do 26º Batalhão de Polícia Militar em conjunto com o Batalhão de Choque da PM. Segundo a denúncia, os policiais teriam apresentado mandados judiciais ainda sem assinatura para entrar nas residências. 

Segundo testemunhas e a própria polícia, no dia 27 de março deste ano, agentes teriam abordado os dois irmãos com mandados de busca e apreensão assinados, mas nada encontraram. Na ocasião, houve trocas de xingamentos e ameaças.  

Com isso, desta vez, a operação teria sido montada para forjar um confronto e executar os irmãos. Em um dos casos, no bairro São Silvestre, segundo a denúncia, os policiais teriam agredido a esposa de Emerson e levado o rapaz para outro quarto, onde ele foi executado. “Eles (policiais) jogaram a esposa dele no chão, na frente do filho de 5 anos, e xingaram de tudo (…). Pegaram o rapaz (Emerson) e levaram para um quarto. Eles colocaram um pano no revólver e atiraram no menino”, diz a denúncia. 

Testemunhas que moram no bairro São Francisco confirmaram a versão de que não houve confronto. “Eles chegaram e executaram. Bloquearam todo sinal de telefone e internet e destruíram as câmeras”, diz uma das pessoas ouvidas pela assessoria do deputado Renato Freitas.

Wellington foi morto no mesmo horário, mas no bairro São Silvestre. A equipe de comunicação do deputado não conseguiu apurar mais detalhes sobre a morte do irmão mais novo. 

O velório e enterro, no cemitério Jardim da Saudade, em Telêmaco Borba, foi de muita comoção. Centenas de pessoas compareceram. Segundo os presentes, viaturas da polícia passaram o dia acionando sirenes pela cidade “para comemorar” a morte dos irmãos. Por diversas vezes, teriam passado pelo local do velório para intimidar amigos e familiares. 

Conforme as pessoas ouvidas pela equipe do deputado Renato Freitas, os dois irmãos não tinham mais qualquer relação com a prática de crimes, trabalhavam e tinham constituído família. Os assassinatos, segundo as denúncias, foram uma retaliação por abuso de autoridade.

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Brunna