Desembargador nega liminar para diretora do Depen nomeada por Hudson após morte em presídio

Ananda Chalegre enviou citação ao TJ tentando remover vídeo em que o deputado Renato Freitas denuncia a transferência de um preso pelo irmão do secretário de Segurança; o preso morreu no dia seguinte

O desembargador Lauro Laertes de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), negou nesta segunda-feira (26) pedido de liminar feito pela diretora da Polícia Penal (Depen) Ananda Chalegre, que pretendia censurar vídeos publicados pelo deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) em suas redes sociais. 

Nos vídeos, Renato afirma que em junho de 2023 foi feita uma transferência irregular de um detento do sistema penitenciário. A mudança do preso foi realizada a pedido do servidor público estadual Alisson Souza de Andrade, atualmente lotado na Secretaria da Administração e Previdência (Seap). 

Alisson é irmão do secretário de Estado da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira. 

O detento em questão foi encontrado morto horas após a transferência. 

A denúncia aponta que Ananda Chalegre foi indicada para direção da Polícia Penal no lugar de Reginaldo Peixoto. 

Reginaldo teria pedido investigação da morte de um detento e demitido o corregedor que não obedeceu a solicitação. 

Ananda assumiu o Depen e, em seu primeiro ato, nomeou novamente o corregedor que havia se recusado a investigar a morte do preso. 

O detento transferido e encontrado morto era Marlon Luiz de Bairros. Ele fazia pagamentos para a milícia da Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

 

Único questionamento

Em citação enviada ao TJ, Ananda Chalegre questiona o fato de ter sido identificada por Renato como “amiga íntima”, o que, segundo ela, seria “pejorativo”. Esse é o único fato da denúncia questionado até agora.  

Renato esclareceu que tratou Ananda Chalegre como “amiga íntima” de Hudson Teixeira, não de forma pejorativa, mas como termo técnico. 

“Em uma audiência, uma das primeiras perguntas feitas por um juiz é se a testemunha é ‘amiga íntima’, para verificar conflito de interesse. É um jargão do Direito”, explica o também mestre em Direito, Renato Freitas. 

Após negar liminar para Ananda Chalegre, o desembargador deu prazo de dez dias para que a defesa do deputado apresente manifestação nos autos.

 

Hudson não aparece para explicar

Em abril, Renato Freitas chegou a protocolar uma convocação para que o secretário Hudson Teixeira se explicasse na Assembleia Legislativa. Com a promessa do líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri, de que Hudson apareceria apenas com um convite, Renato retirou o protocolo de convocação. Hudson até agora não apareceu para explicar esse e outros fatos questionados diariamente por Renato Freitas sobre a gestão na Secretaria de Segurança.

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Brunna