Policiais de Foz do Iguaçu vão à Júri Popular pela morte de Ismael Flores

Jovem foi executado com 6 disparos de arma de fogo após cruzar com os policiais

O sargento Daniel Gasparini Barcellos e o soldado Emerson José Gonçalves, acusados da morte do jovem Ismael Flores, de 19 anos, na cidade de Foz do Iguaçu, vão a Júri Popular. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (17) pela juíza de Direito Substituta da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, Cláudia Sestaroli.

Ismael foi assassinado na noite de 27 de abril de 2023, na região de Porto Meira, quando voltava da casa da mãe. O jovem foi executado com 6 disparos de arma de fogo após cruzar com os policiais, que perseguiam dois suspeitos de um assalto.

Em depoimento, o sargento Barcellos relatou que a visibilidade na rua estava baixa, mas que teve certeza de ver uma arma nas mãos de Ismael. Porém, em outro trecho do depoimento, o sargento confirmou que Ismael, na verdade, não estava armado. A mesma versão foi confirmada diante da Justiça Militar pelo soldado Emerson.

Para o Ministério Público, as ações de Ismael não representaram uma ameaça que justificasse a execução. O Júri Popular dos policias ainda não tem data marcada.

Em nota divulgada à imprensa, os advogados da família de Ismael apontaram que a decisão da Juíza foi “amparada nos sólidos argumentos apresentados pelo Ministério Público, reconheceu a materialidade e os indícios de autoria”.

A mãe de Ismael, Clair Alves, recebeu a notícia com muita emoção e disse que confia na punição dos militares. “Meu filho não era bandido, era um jovem com sonhos. Luto para que sua memória seja respeitada e nenhuma outra mãe sofra essa dor”.

Na noite em que foi morto, Ismael avisou o namorado que estava indo para casa e disse: “te amarei até meu fim”.

À época do acontecimento, o deputado Renato Freitas visitou a mãe de Ismael e oficiou os órgãos competentes para apuração do caso. Desde então o mandato tem acompanhado o desenvolvimento da investigação. “A polícia violenta que a cada dia diminui o valor da vida humana precisa ser freada. É por este e outros casos que defendo o uso de câmeras corporais por parte dos agentes de segurança pública. Uma política da verdade que só tem a beneficiar todas as partes, protegendo a população dos policiais criminosos e garantindo a eventual defesa dos bons policias”, disse Freitas.

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