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Moradores protestam contra violência policial no bairro Parolin, em Curitiba

Movimentos sociais e familiares de vítimas realizaram nesta quinta-feira (25) um ato pela paz na região.

Moradores do Parolin, em Curitiba, realizaram uma passeata pela paz pedindo o fim da repressão e da violência promovidas por agentes da segurança pública do Paraná. A manifestação aconteceu na tarde desta quinta-feira (25). De acordo com a Rede Nenhuma Vida a Menos, organização responsável pela mobilização, há diversos relatos de invasões de domicílios sem mandado judicial, destruição de pertences, depredação de residências, além de xingamentos e humilhações contra moradores.

A atuação violenta da polícia vem se intensificando desde maio, quando três jovens foram mortos por policiais, um deles de apenas 16 anos. Segundo vizinhos e familiares, os jovens, que estariam desarmados, foram abordados e rendidos por quase uma hora, quando passaram por agressões verbais e físicas, depois foram executados.

No fim de agosto, outro jovem foi morto. Ivan Moraes, conhecido como Ivanzinho, de 23 anos, teria sido torturado antes da execução. Segundo familiares, Ivan foi morto uma hora depois de ser rendido. Relatos dão conta de que o jovem teve o rosto desfigurado, e estava com as vestimentas cheias de urina, perfurações e cortes no corpo. No Instituto Médico Legal (IML), a família informou ter sido orientada a alterar o boletim de ocorrência, que inicialmente registrava “morte por confronto” e depois foi alterado para “morte por arma branca”.

Neste mês de setembro, foi registrado o caso mais recente: Alexsandro dos Santos, de 35 anos, era morador do Parolin e foi executado na cidade de Campo Largo. A polícia afirma que Alexsandro teria atirado contra os agentes. Segundo os familiares, ele foi morto dentro de casa, sentado em um sofá. As marcas de tiros disparados apenas do lado de fora da residência também contrariam a versão oficial.

A mobilização pela paz no Parolin contou com a presença do deputado estadual Renato Freitas. “Mesmo estando a menos de 20 minutos da Prefeitura de Curitiba, no Parolin, a realidade é cruel: falta saneamento básico, coleta de lixo, moradia digna, escola e posto de saúde, mas não falta a polícia apavorando os moradores e assassinando sonhos”, declarou.

Ao final do ato, a Rede Nenhuma Vida a Menos publicou, em seu perfil no Instagram, um vídeo que mostra policiais tentando intimidar moradores durante uma abordagem e entrando em casas sem mandado judicial e fora do horário permitido.

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