Durante a manifestação, realizada nesta sexta-feira (14) em frente ao Colégio Estadual Maria Montessori, em Curitiba, um estudante afirmou ter sido humilhado pela coordenadora da escola. “Ela disse que eu era favelado”, contou, indignado, em frente à porta de entrada da escola, gerando comoção entre os presentes no ato.
O estudante relata que as ofensas foram ditas diretamente a ele. “A coordenadora Josiene me chamou de favelado na minha cara”. Segundo o jovem, ao comunicar o caso à diretora, ouviu apenas que ela conversaria com a coordenadora e pediu que o estudante mantivesse a situação em segredo.
O relato se soma a diversas denúncias contra a direção, incluindo racismo, homofobia, capacitismo e assédio moral, que, segundo os manifestantes, já fizeram pedagogas e alunos chorarem.
Um dos casos citados é o de uma estudante do 7º ano, de cerca de 12 anos, que teria deixado a escola chorando após uma humilhação pública diante dos colegas, motivada pelo uso incorreto do uniforme.
As acusações contra a diretora Graziella Pia de Miranda não são novas. Ela já responde a um processo administrativo por assédio moral, racismo, homofobia, mas, ainda assim, foi nomeada para comandar o Maria Montessori, escola que a Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR) divulga como “modelo de inclusão” do programa Parceiros da Escola.
Os manifestantes exibiram cartazes pedindo a saída de Graziella e criticando o programa Parceiros da Escola, adotado na instituição.
Em um dos cartazes colado no muro próxima a entrada do local, dizia “fora Graziella”, em outro “tra-pa r ceiro da escola”, em referência ao programa de privatização, que administra a instituição.
Reuniões canceladas e falta de respostas
Segundo as famílias, todas as denúncias foram formalmente registradas junto ao Núcleo Regional de Educação de Curitiba. Contudo, afirmam que vêm sendo negligenciadas.
Uma reunião havia sido marcada para o dia 12 de novembro, mas foi cancelada sem justificativa. Uma nova data foi sugerida para esta sexta-feira (14). No entanto, após insistirem por informações, as famílias descobriram que a chefe do Núcleo está de férias e não participaria do encontro.
Por esse motivo, decidiram realizar uma manifestação contra a direção da escola, alegando falta de comprometimento e transparência da gestão.