Famílias de estudantes do Colégio Estadual Maria Montessori, em Curitiba, realizam nesta sexta-feira (14) uma manifestação pedindo o afastamento da diretora Graziella Pia de Miranda, acusada de manter uma gestão negligente diante de casos de racismo, homofobia e capacitismo dentro da escola. O ato acontece às 11h45, na porta do Colégio.
As denúncias de racismo foram encaminhadas ao gabinete do deputado Renato Freitas e à Comissão de Igualdade Racial, presidida pelo parlamentar.
A assessoria apurou que Graziella Miranda já responde a um processo administrativo semelhante por assédio moral, racismo, homofobia e capacitismo. Apesar disso, ela foi escolhida para assumir a direção do Maria Montessori, escola que a Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR) apresenta como “exemplo de sucesso” do programa Parceiros da Escola.
Há dois dias, a Seed publicou nas redes sociais um vídeo exaltando o suposto status de “modelo” da instituição e incentivando famílias a votarem “sim” para a adesão ao programa de privatização nas escolas onde seus filhos estudam.
Os relatos feitos por pais, alunos e por membros do corpo docente incluem omissão da diretora diante de casos de racismo, bullying e homofobia, além da falta de intervenção adequada em situações de violência entre estudantes.
A comunidade escolar afirma que situações graves e até criminosas têm sido tratadas como “coisa de criança”, o que motivou o encaminhamento de denúncias ao Ministério Público.
O ato ocorre a poucos dias do 20 de novembro, data que marca o feriado da Consciência Negra e reforça debates sobre o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial nas escolas.
Reuniões canceladas e falta de respostas
Segundo as famílias, todas as denúncias foram formalmente registradas junto ao Núcleo Regional de Educação de Curitiba. Contudo, afirmam que vêm sendo negligenciadas.
Uma reunião havia sido marcada para o dia 12/11, mas foi cancelada sem justificativa. Uma nova data foi sugerida para esta sexta-feira (14). No entanto, após insistirem por informações, as famílias descobriram que a chefe do Núcleo está de férias e não participaria do encontro.
Por esse motivo, decidiram realizar uma manifestação contra a direção da escola, alegando falta de comprometimento e transparência da gestão.