O deputado estadual Marcio Pacheco (PP) foi nomeado, na última terça-feira (25), como relator dos processos protocolados contra o deputado Renato Freitas (PT) no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná. As representações pedem a punição de Renato após ele ter revidado um ataque racista do qual foi alvo no dia 19 de novembro, no centro de Curitiba.
Em suas redes sociais, Pacheco frequentemente critica a atuação política de Renato Freitas. Só este ano, o relator fez 28 publicações em sua conta no Instagram onde condena as ações do parlamentar do PT e o associa a estereótipos de vitimismo e imaturidade.
Em uma das publicações, o deputado do PP responde a um comentário sobre Renato Freitas dizendo: “A situação passou de todos os limites aceitáveis para alguém que ocupa um cargo público”. Em outro post, comemora a medida do Conselho de Ética de suspender as prerrogativas de Renato Freitas por 30 dias. “Foi uma batalha, mas, enfim, hoje foi dia para comemorar ao ver a leitura formal da punição a Renato Freitas”, escreveu. A decisão que puniu Freitas foi suspensa pela justiça em setembro deste ano.
Além de criticar a postura de Renato, Pacheco também disseminou notícias falsas sobre o adversário. Num vídeo postado no Instagram, ele acusa Renato de ter invadido uma igreja em Curitiba: “Mas o que esperar do Renato Freitas do PT, aquele que invadiu uma igreja, lembram?”. A informação falsa foi espalhada por membros do MBL e já foi, inclusive, desmentida pelos próprios responsáveis pela Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito.
Renato e outros manifestantes realizavam um ato em favor das vidas negras quando, com anuência do padre Luiz Hass, entraram no templo vazio e fizeram discursos contra a violência racial. Por causa da mentira, Renato teve seu mandato de vereador cassado, mas a decisão foi revertida pelo Supremo Tribunal Federal.
Embate na CCJ
Pacheco e Freitas já protagonizaram um embate durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Alep, que ambos integram. A discussão começou quando Renato Freitas criticou a postura de um assessor de Pacheco, que estaria com expressões de deboche e desdém durante o pronunciamento do petista na reunião.
Pacheco defendeu o comportamento do assessor e argumentou contra Renato dizendo: “O senhor não manda aqui. Baixa bola!”. Renato revidou afirmando: “E você é um coronelzinho. Baixa a bola, rapaz! Coronelzinho de meia-pataca!”. O bate-boca aconteceu em fevereiro deste ano.