O deputado estadual Renato Freitas (PT) retornou às sessões legislativas da Assembleia do Paraná nesta segunda-feira (08) após uma semana afastado por orientação médica. O parlamentar usou a tribuna para desmentir acusações relacionadas à briga registrada no dia 19 de novembro, no centro de Curitiba, e questionou os deputados que pedem sua cassação.
Renato relembrou as circunstâncias da confusão, onde foi xingado de “noia” e “lixo” pelo manobrista Weslley de Souza. O agressor, que dirigia um veículo prata, avançou com o carro de maneira brusca em direção ao parlamentar e a mãe de seu filho, grávida de 9 semanas na ocasião. A manobra perigosa e ilegal foi captada pelas imagens divulgadas pela própria defesa do acusado.
As imagens também mostram que Renato estava prestes a sair do local quando Weslley estacionou rapidamente e correu em direção ao parlamentar. “A distância que ele correu, eu também corri. Ele atravessou o pátio, eu atravessei a rua. Numa ação de instinto e de proteção, fui ao encontro dele para que ele não colocasse minha família em risco”, afirmou Renato.
O deputado também confirmou que tentou acertar um golpe de voadora, mas que não atingiu Weslley. A briga inicial foi registrada entre o manobrista e o amigo que acompanhava Renato. Vídeos que viralizaram nas redes sociais, mostram o segundo momento do conflito, onde o manobrista e Renato entram nas vias de fato, após Weslley perseguir o veículo do deputado. No confronto, o parlamentar teve o nariz quebrado.
Quebra de Decoro
Durante seu pronunciamento, Renato questionou os parlamentares que pediram a cassação do seu mandato. “Aqui nesta casa, para não serem vistos, todos apontam para mim e me acusam de quebra de decoro. Então, vamos falar de decoro”, introduziu o parlamentar antes de expor denúncias contra parlamentares como Denian Couto, Ademar Traiano e outros.
“Ameaçar de morte a ex-companheira, como os áudios do Denian Couto mostram, não é quebra de decoro?”, questionou Renato, se referindo a gravação de uma ligação telefônica que mostra Denian ameaçando sua ex-namorada. No áudio, gravado em 2019, o jornalista e deputado diz “CALA BOCA QUE EU VOU TE MATAR” e desfere vários xingamentos contra a ex.
“E a propina do Ademar Traiano, o eterno presidente da Assembleia? O homem que confessou ter pedido 300 mil reais em suborno, assinou um papel, devolveu uma merreca e ficou por isso mesmo, livre de processo. Isso não é quebra de decoro?”, continuou o deputado.
“E o Ricardo Arruda, réu por desvio de dinheiro público, tráfico de influência e “rachadinha”? Usar cartão de crédito dos assessores para pagar contas da esposa e viajar pro exterior? Isso não é quebra de decoro?”. Renato ainda citou as operações Diários Secretos e Quadro Negro, escândalos de corrupção envolvendo parlamentares da Alep.
Perseguição Política
O deputado ainda afirmou que enfrenta um processo de perseguição política por parte do advogado de defesa de Weslley, o bolsonarista Jeffrey Chiquini. “Chiquini há tempos criminaliza meu mandato e pede para que as pessoas me persigam e me hostilizem na rua. E, quando isso acontece, se faz de surpreso, muda o enredo, distorce a verdade e diz que eu é que persigo as pessoas”, contou Renato.
foto: Valdir Amaral/Alep