“Não faça isso!”- Jovem é arrastado ainda vivo por PM antes de ser morto; vídeo revela execução no Parolin

Nas imagens, dois policiais aparecem ao lado de um jovem desarmado, ensanguentado e em pânico. Aos gritos, familiares imploram: “Não faça isso!”

O jovem Yago, de apenas 20 anos, foi arrastado e morto por policiais militares na manhã desta terça-feira (7), no bairro Parolin, em Curitiba. Segundo relatos de familiares, ele dormia em casa quando os agentes invadiram a residência, o agrediram e o levaram à força para fora. O local da execução seria o barracão de materiais recicláveis onde a vítima trabalhava com a avó.

Um vídeo gravado por celular mostra Yago ainda vivo, vestindo apenas uma bermuda e coberto de sangue. Desesperado, ele chora enquanto implora por sua vida, cercado por gritos de medo e desespero da família.

As imagens o mostram sendo puxado por um policial até uma pilha de materiais recicláveis, enquanto outro observa a cena. Em contradição à versão oficial, que afirma que ele teria reagido à abordagem e morrido em confronto.

Em setembro, moradores do Parolin realizaram uma passeata pela paz, pedindo o fim da repressão e da violência policial que, segundo eles, têm se tornado rotina na comunidade. Ao fim do ato, a Rede Nenhuma Vida a Menos divulgou um vídeo em que policiais aparecem intimidando moradores e invadindo casas sem mandado, fora do horário permitido por lei.

Os relatos apontam que a violência policial se intensificou desde maio, quando três jovens foram mortos em ações da PM, um deles tinha apenas 16 anos.

Em ofício enviado ao Ministério Público há menos de um mês, a Rede Nenhuma Vida a Menos pediu uma intervenção urgente do órgão e de outras autoridades para conter o avanço da letalidade policial e evitar novas mortes e violações de direitos no Parolin.

No último sábado, no bairro Cajuru, outro vídeo flagrou uma ação da ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas) em que policiais militares disparam diversas vezes contra um suspeito que estava dentro de um carro. Nas imagens, não é possível identificar qualquer reação do homem alvejado.

Em julho, o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Hudson Leôncio Teixeira, ao ser questionado por jornalistas sobre o aumento no número de “confrontos”, afirmou que esse dado não o preocupava, pois, segundo ele, “não é a polícia que causa o confronto”. Na ocasião, acusou repórteres de “hipocrisia” e declarou que “é preciso ver o que a sociedade quer”. O vídeo com as declarações está disponível nas redes sociais do próprio secretário e, vem sendo impulsionado para alcançar mais visualizações.

 

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